Engesa EE-9 Cascavel M2, M6 e M7

História e Desenvolvimento.
O desenvolvimento da família brasileira de carros de blindados sob rodas, é particularmente ligado a gênese da indústria de defesa nacional, tendo como ponto de partida a necessidade de revitalização de veículos de reconhecimento Ford M-8 Greyhound do Exército Brasileiro, recebidos nos termos do Leand & Lease Act (Leis de Empréstimos e Arrendamentos) durante a Segunda Guerra Mundial. Sob a tutela da competente equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo (PqRMM/2), seria implementada na década de 1960 um programa de  remotorização destes carros, substituindo o conjunto original a gasolina por um nacional produzido pela   Mercedes Benz, o motor OM321, movido a diesel com 120 hp de potência. Este programa atingiria pleno êxito, sendo aplicado não só em grande parte da frota de blindados Ford M-8 Greyhound, mas também gerando programas derivados a implementação em outros tipos de veículos militares de origem norte-americana em serviço no Exército Brasileiro, como os carros blindados meia lagarta M-2 - M-3 e M-5 Half Track, veículo sobre rodas M-3 Scout Car e por fim, caminhões com tração total 6X6, como os GMC CCKW e Studebaker US6G. Consequentemente a imersão de toda a equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar (PqRMM/2) no projeto de revitalização dos blindados Ford M-8 Greyhound, forneceria os subsídios primários para se aventar a possibilidade de se desenvolver o conceito de uma viatura blindada sobre rodas com tração 4X4. Esta iniciativa se dava principalmente pela necessidade inevitável a médio de prazo, de se substituir os veículos revitalizados. Esforços nesta direção resultariam na criação do projeto designado como VBB-1 4X4 (Viatura Blindada Brasileira 1 com tração integra), que consequente seria suplantado pelo desenvolvimento do programa VBB-2 6x6 (Viatura Blindada Brasileira 2 com tração integral). A partir de 1970, este projeto evoluiria sobre para o conceito de Carro de Reconhecimento sobre Rodas (CRR), que apresentaria logo em seguida os primeiros exemplares de produção pré-série, que seriam submetidos a um extensivo programa de testes de campo.  

Após a conclusão do programa de testes em campo, seriam determinadas melhorias a serem implementadas na versão de produção final, sendo assim celebrado entre o Ministério do Exército e a empresa paulista Engesa S/A, um contrato para a aquisição 110 carros (incluindo os oito veículos pré-série), que receberam a designação de Carro de Reconhecimento Médio (CRM) EE-9 M1 e M2 Cascavel. Em 1974, estes blindados sobre rodas, começaram a ser entregues aos Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RCC) e Esquadrões de Cavalaria Blindada (EsqdCMec), onde passaram a atuar em conjunto com os derradeiros Ford M-8 Greyhound ainda em serviço, até substitui-los por completo em 1987. A excelente aceitação do blindado no Exército Brasileiro, motivou a diretoria da Engesa S/A  a estudar a possibilidade de exportação do Cascavel. Uma relação de potenciais clientes foi elaborada, com a primeira proposta sendo apresentada para o Governo Português, que nesta época estava envolvido na "Guerra do Ultramar", travada nas regiões de Angola, Moçambique e Guiné Bissau. O blindado foi bem recebido, mas ficou a clara a necessidade em se contar com um maior poder de fogo pois o canhão de 37 mm não era mais eficaz contra as ameaças atuais. A sugestão foi equipá-lo com a torre e o canhão (62F1 de 90 mm), da empresa francesa Sofma, porém as dimensões do carro não eram compatíveis com o novo armamento. A solução foi criar uma nova carcaça mais larga e comprida, dando origem a versão de exportação denominada como EE-9 Cascavel MKII. No início de 1974, os primeiros EE-9 MK-II foram enviados a Portugal para testes, porém mudanças naquele conflito, determinaram a suspensão do processo de aquisição, diante deste contratempo a saída, foi a prospecção de novos clientes em potencial. Neste contexto. a empresa reorientaria seus esforços para um novo plano de prospecção internacional, com o modelo portando um canhão de 90 mm baixa-pressão (o mesmo empregado no blindado francês sobre rodas Panhard AML), passando ainda por um refinamento ao receber uma nova transmissão automática. 
O principal foco deste esforço seria o mercado do Oriente Médio, com a primeira venda sendo concretizada através de contrato para o fornecimento de vinte blindados para o Catar. O sucesso operacional do Engesa EE-9 Cascavel MKII nas Forças Terrestres do Catar (Qatari Emiri), abriria as portas deste importante mercado para a empresa brasileira. Em 1977 uma segunda conquista seria celebrada, agora com uma encomenda para 200 carros para as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos. Paralelamente o modelo participaria em duas concorrências internacionais, agora para equipar os exércitos do Iraque e Líbia, derrotando neste programa, os modelos franceses Panhard AML-90 e ERC-90 Sagaie, representando algo na ordem de mais de US$ 800 milhões de dólares em contratos. As forças armadas da Líbia em 1977, empregaram os blindados da Engesa S/A com grande êxito contra carros de combate egípcios de origem soviética (provavelmente T-54, T-55 ou T-62). Do ponto de vista operacional, a agilidade e velocidade do EE-9 Cascavel foi fundamental durante a tarefa de atingir a localidade e cercar as tropas aerotransportadas egípcias, fazendo uso de seu canhão de 90 mm para em rápidas investidas repelir os blindados inimigos e atacar as tropas em solo. Apesar deste fator positivo os blindados seriam gravemente afetados pelas intemperes do deserto apresentando a deficiente proteção do motor contra a areia do deserto. Estes blindados líbios seriam novamente submetidos a combate, durante a intervenção no Chade, onde enfrentaram os Panhard AML-90 pertencentes a Legião Estrangeira Francesa (Légion étrangère) e ao Corpo de Fuzileiros Franceses (Fusiliers Marins). Um número desconhecido destes veículos seriam doados na década de 1980 ao movimento político e militar rebelde do Saara Ocidental - Frente Polisario e ao Governo de Transição da Unidade Nacional (GUNT) do Chade.

Neste momento o comando do Exército Brasileiro acompanhava atentamente a evolução do modelo de exportação, verificando as vantagens operacionais proporcionadas pela introdução de um canhão de maior calibre. Esta observação motivaria o inicio de estudos visando a possível atualização de sua frota de 102 carros Engesa EE-9 Cascavel M2, que se encontravam em serviço. Este programa apresentava como premissa básica a adoção de um canhão de 90 mm, em substituição a já ineficiente arma de 37 mm, que comprovadamente já não apresentava eficácia frente as possíveis ameaças  que o pais poderia enfrentar naquele período. As analises se inclinariam principalmente para a relação custo beneficio, apontando para a adoção da versão nacional do canhão belga Cockerill de 90 mm (EC-90).  Pesaria nesta escolha também o desejo do Ministério do Exército, em gradualmente reduzir a dependência externa em termos de componentes vitais importados. Assim desta maneira a Engesa S/A negociariam um amplo pacote de produção sob licença do armamento belga, incluindo treinamentos e ferramental adequado para nacionalização. A exemplo do  versões de exportação, a adoção do novo canhão de 90 mm, implicaria também na substituição da torre original. Inicialmente pensou-se em adotar a mesma torre usada nos carros configurados para o contrato líbio, opção rapidamente  descartada em detrimento da adoção de uma torre de fabricação nacional.
Desta maneira no final do ano de 1977, seria celebrado um contrato entre o Ministério do Exército e a empresa paulista Engesa S/A, visando a modernização de uma grande parte da frota remanescente destes carros blindados de reconhecimento. Assim no inicio do ano seguinte, oito carros da versão inicial Engesa EE-9 Cascavel M2 pertencentes a dois Regimentos de Cavalaria Mecanizada (ReCMec), foram encaminhados as instalações da empresa na cidade de São José dos Campos no interior de São Paulo, a fim de servirem de protótipos funcionais para o programa de modernização. Além da alteração da arma principal o modelo receberia a nova torre nacional, nascendo assim a nova versão designada como Engesa EE-9 Cascavel M2 Série 3, sendo contemplados neste processo 55 carros da frota original. 

Emprego no Exército Brasileiro
O recebimento dos primeiros carros modernizados EE-9 Cascavel Modelo2 Série 3 (de um total de cinquenta e cinco veículos contratados anteriormente) no inicio de 1977, clarificaram ao Comando do Exército Brasileiro a superioridade operacional do canhão belga Cockerill de 90 mm (produzido sob licença no pais) que permitia uma  cadencia de seis tiros por minuto, com um alcance de 1600 a 3500 metros, parâmetros operacionais estes, muito superiores as armas de 37 mm adotadas anteriormente. Esta melhoria, pode ampliar o leque de missões do blindado, passando também a realizar missões de enfrentamento de outros tipos de carros blindados, atividade que seria impossível nas primeiras versões produzidas. O conceito deste veiculo foi originalmente baseado com  foco na velocidade e mobilidade, que  aliadas ao eficiente sistema de suspensão do tipo boomerang, permitia o Cascavel realizar manobras rápidas em qualquer tipo de terreno, mantendo as rodas traseiras sempre em contato com o solo, podendo assim  atingir velocidades elevadas, cobrindo grandes distancias em pouco tempo, podendo sobrepujar no campo de batalha os veículos mais lentos sob esteira. Sua robustez era proporcionada pela simplicidade do projeto que fazia usar de uma grande gama de  componentes básicos existentes na indústria automotiva nacional, o que permitia o barateamento de seu custo operacional além de simplificar a cadeia logística de peças de reposiçao básicas e criticas.. Podia ainda  facilmente customizado de acordo com as necessidades de cada cliente, sempre compatível com sistemas de eletrônico de controle de tiro, telêmetro a laser, manga de supressão de fumaça, entre outras sofisticações presentes naquele período, o que o tornariam um sucesso de vendas internacional, com sua produção totalizando 1.738 unidades exportadas para doze países.

O novo canhão de EC-90 de 90 mm, permitia  fazer uso de uma série de munições especiais, entre elas o do tipo HE-T contra pessoal ou alvos leves, HEAT-T para exercício, Smoke WP-T Fumígena - incendiária e HESH-T contra blindagens leves e edificações. Isto foi visto com uma oportunidade pelo comando do Exército Brasileiro, que não mediu esforços para nacionalizar a produção destas opções, com uma variada gama de munições sendo produzidas pela empresa brasileira Engequimica Ltda (uma subsidiária da Engesa S/A,  antiga FEEA – Fábrica de Estojos e Espoletas) localizada na cidade Juiz de Fora, no interior do estado de Minas Gerais. Este novo portfólio de munições especiais receberia não só contratos do governo brasileiro, mas também de exportação para vários países. Ainda neste contexto conduziam-se estudos para implementação de modificação no freio da boca do canhão EC-90 de 90 mm, permitindo o emprego de munição perfurante do modelo APFSDS 90 (Flecha) e do tipo Canister, o que aumentaria ainda mais a letalidade do Engesa EE-9 Cascavel no campo de batalha. Esta iniciativa se baseava em uma demanda do governo Iraquiano, porém  infelizmente não passou do estágio de protótipo, não sendo adquirido também pelo Exército Brasileiro.  Esta versatilidade de emprego operacional renovaria o interesse do Exército Brasileiro no veículo, levando assim a formalização um novo contrato de compra em 1977, englobando agora, 46 carros Modelo 2 Série 5. A nova versão empregava o mesmo conjunto mecânico dos veículos adquiridos anteriormente, infelizmente o motor configurado para os veículos de exportação o Detroit Diesel 6V53N de 212 hp muito mais potente não foi adotado. Em termos visuais quando comparado com os carros modernizados, o novo Cascavel se diferenciava por possuir todo o grupo ótico frontal embutido na carroceria. Um novo lote com nove carros agora da versão Modelo 2 Série 7 seria adquirida em 1980 com os veículos sendo entregues no ano seguinte.
Em 1977,  Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) adquiriu seis unidades do Engesa Cascavel EE-9 M2 Série 5, destinados a equipar a recém criada Companhia de Carros de Combate (CiaCC). Entregues no ano seguinte, tiveram seu emprego operacional iniciado de imediato, e apesar de serem poucos eficazes em missões de desembarque anfíbio (devido a sua tração por rodas), foram fundamentais na tarefa de servir como embrião da mentalidade de utilização de carro de combate para o corpo de fuzileiros. Em fins da década de 1990 os Engesa EE-9 Cascavel começaram a ser gradativamente substituídos por novos blindados sob lagartas austríacos SK105A2S Kürassier, mais indicados para este tipo de missão. Em 1982 a Engesa S/A apresentaria ao mercado a versão M6, que passava a contar com um moderno conjunto mecânico, apresentando um cambio automático Alisson AT455 no lugar do cambio mecânico Clark Equipament e um novo sistema de freio a disco.  Estas modificações melhorariam em muito a condução do veiculo, primeiro liberando uma atividade do motorista na troca de marchas e segundo aumentando a segurança quando em deslocamentos de alta velocidade. Um novo contrato foi firmado com o Exército Brasileiro, prevendo agora a aquisição de 30 carros divididos em dois lotes de produção, com o primeiro apresentando de 12 carros do Modelo M6 Série 3, porém  neste ínterim novas modificações foram implementadas, gerando as novas versões Modelos M6 Série 4 e 5, que seriam contempladas no segundo lote de encomenda com nove e dezesseis carros recebidos. A partir de 1983 a empresa lançaria os últimos modelos de série a serem produzido, o Engesa EE-9 M7 e M9,  que passavam a contar com cambio automático Allison MT-643. Destes seriam entregues para o Exército Brasileiro até fins do ano de 1988 respectivamente nove e duzentas e treze unidades, totalizando 311 carros adquiridos.

Empregados em um grande numero de unidades blindadas do Exército Brasileiro, os Engesa EE-9 Cascavel seriam destinados a realizar missões além mar, quando foram destacados a participar de contingentes brasileiros juntos a força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), como a ONUMOZ em Moçambique (1993 a fevereiro de 1994) e UNAVEM III em Angola (1995 a julho de 1997. Nestes dois momentos os blindados brasileiro foram utilizados com sucesso, sendo  imersos em uma situação real de conflito. Aplicado como equipamento padrão de todos os  Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RCC) e Esquadrões de Cavalaria Blindada (EsqdCMec), seu uso  constante ao longo de mais de 25 anos serviço, impactaria em um grande atrito operacional, resultando em baixos e preocupantes índices de disponibilidade da frota. Este cenario seria ainda agravado  falta de suporte técnico do fabricante que  havia encerrado suas atividades no ano de 1990.  A fim de se reverter este quadro, em 2001 foi iniciado um grande programa de repotenciamento e modernização, com esta tarefa sendo capitaneada pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), localizado na cidade de Osasco - SP, em parceria com empresas privadas. Este programa denominado oficialmente como Manutenção de 5º Escalão de Viaturas Blindadas sobre Rodas, previa o atendimento a quase duzentas unidades do Engesa EE-9 Cascavel, englobando também um numero similar de veículos do modelo de transporte de tropas Engesa EE-12 Urutu. Este processo envolvia completa desmontagem dos veículos, revisão estrutural, retificação e substituição de componentes, melhorias nos motores Mercedes Benz Diesel OM352 6 cilindros, e a troca de cambagens e adoção de sistemas de comunicação mais modernos e confiáveis. O principal intuito deste processo era gerar uma sobrevida aos modelos envolvidos, visando assim cobrir uma lacuna temporal até a possível introdução de uma versão armada do novo Iveco Guarani 6X6.
No entanto atrasos no programa da versão armada do Iveco Guarani 6X6, levaria o comando do Exército Brasileiro a aventar a possibilidade de implementar um novo programa de modernização em sua frota de Engesa EE-9 Cascavel. A primeira iniciativa se materializaria em 2015 através de uma parceria entre o Centro Tecnológico do Exército, do Arsenal de Guerra de São Paulo e a empresa paulista Equitron Ltda com esta proposta avançando para o estágio de um protótipo funcional designado como EE-9U MX8, apresentando em 2016. Apesar de promissor este processo não seguiria em frente, sendo cancelado logo em seguida. No segundo semestre de 2021 o interesse em implementar um amplo programa de modernização voltaria à tona, com uma concorrência oficial sendo lançada, envolvendo a contratação para até 201 unidades. Em 04 de maio de 2022 a empresa Akaer Engenharia S.A seria declarada vencedora, a proposta aprovada consiste em um amplo pacote de modernização e adoção de novas tecnologias que envolve uma nova motorização e suspensão, fundamentais para incrementar as capacidades de locomoção do veículo nos mais variados tipos de terreno. Um sistema de ar-condicionado será implantado para melhorar o ambiente operacional da tripulação composta por motorista, atirador e comandante. Em relação a consciência situacional, característica vital para as rápidas tomadas de decisões no campo de batalha, a Akaer irá substituir a atual torre mecânica do comandante por uma nova torre automatizada.  Essa melhoria irá incrementar a velocidade de resposta aos comandos e precisão de operação. Visando o aumento da efetividade operacional no emprego de armas, o programa inclui a substituição das miras ópticas, por um moderno sistema optrônico para busca e pontaria dos alvos e identificação de eventuais ameaças. Essa tecnologia permitirá a operação diurna e noturna e em condições atmosféricas degradadas. Um moderno computador de tiro será responsável pela execução de todos os cálculos balísticos, proporcionando um aumento significativo na probabilidade de acerto de alvos. O EE-9 Cascavel modernizado contará com a adição de um lançador de mísseis antitanque em sua torre principal introduzindo essa capacidade em veículos blindados de reconhecimento do Exército Brasileiro.

Em Escala:
Para representarmos o EE-9 Cascavel M2 Série 5 "EB 25291 ¨", fizemos uso de um modelo em resina de fabricação artesanal na escala 1/35. Como se trata de um modelo rústico, tivemos de aplicar diversas correções em scratch e também proceder a inclusão de detalhamentos oriundos de outros modelos. Empregamos decais fabricados pela Decals e Books presentes no Set " Forças Armadas do Brasil ".
O esquema  de cores  ( FS ) descrito abaixo representa o  padrão de pintura empregado em todos os carros de reconhecimento médios Engesa Cascavel MKIII Exército Brasileiro, desde seu recebimento até os dias atuais.


Bibliografia : 
- Blindados no Brasil - Um Longo e Arduo Aprendizado - Volume I , por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Blindados no Brasil - Um Longo e Arduo Aprendizado - Volume II, por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Modernização do Cascavel Defesa Net - http://www.defesanet.com.br/guarani/noticia/25920/Modernizacao-do-Cascavel/
- Akaer vence licitação para modernização do  EE-9 Cascavel - https://www.akaer.com.br/
- EE-9 Cascavel Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/EE-9_Cascavel

Engesa EE-9 Cascavel M1 e M2 no Brasil

História e Desenvolvimento.
As primeiras experiências do Exército Brasileiro na operação de veículos blindados de reconhecimento do campo de batalha com tração 6X6 teve início em 1942, quando da celebração dos acordos Leand & Lease Act, que permitiram ao país acesso a modernos equipamentos de combate, entre eles inicialmente carros como T-17 Deerhound e posteriormente M-20 Command Car e M-8  Greyhound, cabendo a este último a experiência de operação em combate real durante a campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial. Tanto o emprego deste tipo de veículo na Europa quando no Brasil pós-guerra tornaram este modelo muito bem aceito entre as unidades mecanizadas brasileiras. Porém em fins da década de 1960 a frota nacional de carros blindados 6X6 atravessava uma crise operacional, seja por falta de peças de reposição originais norte-americanas ou pela evidente obsolescência do projeto em si. Neste momento, prover sua substituição, era uma possibilidade inviável devido aos altos custos de aquisição de carros novos, levando então o comando do Exército Brasileiro a analisar soluções para a extensão da vida útil desta frota. Coube então ao Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo (PqRMM/2) desenvolver estudos para a implementação de um programa de remotorização, substituindo o conjunto original a gasolina por um nacional produzido pela Mercedes Benz o motor OM321, movido a diesel com 120 hp de potência. Este programa atingiria pleno êxito, sendo aplicado não só em grande parte da frota de blindados Ford M-8 Greyhound, mas também gerando programas derivados, com implementação em outros tipos de veículos militares de origem norte-americana em serviço no Exército Brasileiro, como os carros blindados meia lagarta M2 - M3 e M5 Half Track, veículos sobre rodas M-3 Scout Car e por fim caminhões com tração total 6X6, como os GMC CCKW e Studebaker US6G.

Curiosamente, esta imersão no projeto de revitalização dos Ford M-8 Greyhound, despertariam a motivação da equipe do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar (PqRMM/2), a estudar a possibilidade de conceituar um projeto de uma viatura blindada sobre rodas com tração 4X4, tendo em vista que a médio prazo a substituição dos veículos revitalizados era inevitável. O processo de desenvolvimento do projeto, maquete em escala e construção do primeiro protótipo funcional foi implementado entre o segundo semestre de 1968, e o primeiro semestre de 1970. Este carro blindado, recebeu a denominação de VBB-1 (Viatura Blindada Brasileira 1), e possuía o design semelhante ao Ford M-8 Greyhound, estando equipado com um motor nacional a diesel Mercedes Benz com 200 hp, com caixa de transferência e sistema de tração projetados e produzidos pela empresa paulista Engesa S/A. O veículo, equipado com uma torre em ferro fundido, estava armada com canhão de 37 mm, que tinha por orientação um sistema ótico, empresa paulista DF Vasconcelos Ltda.  O protótipo seria extremamente testado, nas mais severas condições, incluindo testes de balística e resistência da blindagem. Apesar dos resultados promissores o interesse do comando do Exército Brasileiro repousava sobre um veículo com tração 6X6, levando assim a equipe técnica de desenvolvimento a retornar a prancheta de projetos. Para se atender a demanda, inicialmente considerou em estender a carroceria protótipo do VBB-1, transformando em veículo com tração 6X6, porém implicações de ordem técnica descartariam esta possibilidade partindo para o projeto de um novo veículo. Assim a Diretoria de Motomecanização (DMM) definiria as especificações para o desenvolvimento de um veículo blindado de reconhecimento de reconhecimento com tração 6X6, dando início ao programa VBB-2 (Viatura Blindada Brasileira 2). Neste contexto o primeiro mock-up receberia a torre empregada no VBB-1 (baseada na torre original do T-17 Deerhound). equipada com um canhão de 37 mm. 
A partir deste momento, a designação do veículo passou a ser Carro de Reconhecimento sobre Rodas (CRR), com sua configuração básica recebendo pequenas modificações, principalmente em suas linhas básicas, até a construção do primeiro protótipo, em 1970. Este protótipo seria construído nas instalações do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo (PqRMM/2), e neste momento visando melhorar a suspensão, seria adotado o sistema “boomerang” criado pela Engesa S/A a qual o aplicava em veículos civis para emprego rural.  No entanto, o Calcanhar de Aquiles do projeto, estava baseado na carência de torres do canhão, com o corpo técnico do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar (PqRMM/2), optando pelo desenvolvimento de um modelo, baseado na torre original do Ford M-8 Greyhound, com a produção de oito unidades ficando a cargo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Esta nova peça, em relação a original norte-americana, apresentava um alongamento na parte traseira, para assim abrigar o sistema de rádio, sendo equipada com um canhão de 37 mm e uma metralhadora coaxial  Browning  calibre .30, e suporte para uma segunda metralhadora Browning  calibre .50 a ser fixada na parte superior da mesma torre. Este protótipo seria submetido a um programa de testes de campo, com os promissores resultados obtidos, resultando na decisão para a produção inicial de cinco veículos pré-série, sendo elevado para oito carros no ato assinatura do contrato com a Engesa S/A em 1971. O desenvolvimento do ferramental necessário para a produção em série, geraria atrasos no cronograma, com o último carro sendo finalizado somente em 1975. Esta versão pré-série diferia do protótipo original pela instalação de uma nova torre, agora uma versão modificada do modelo utilizado no carro de combate leve M-3 Stuart. 

Estes oito carros, seriam submetidos a um intensivo programa de testes e avaliação, englobando um total 32.000 km de rodagem entre as cidades de São Paulo, Uruguaiana e Alegrete. As provas consistiram em trafegar com os veículos, 24 horas por dia, parando apenas para a troca equipe e abastecimento, avaliando neste interim os defeitos que iam surgindo ao longo deste processo. Depois de reparados e corrigidas as falhas, os blindados voltavam ao campo até a conclusão deste programa. A partir desta etapa, inúmeras alterações foram implementadas, incluindo a troca da torre, incorporando se novamente uma peça derivada do Ford M-8 Greyhound, com alongamentos laterais e traseira. Essa versão foi sendo aprimorada gradativamente, culminando numa torre mais moderna, com visores laterais e perfil baixo. Aprovado nos testes, o projeto receberia a nova designação de Carro de Reconhecimento Médio (CRM), permanecendo este modelo como a base para a produção em série. Neste momento este blindado nacional agora designado como Engesa EE-9 Cascavel (com o o "EE" uma abreviatura de Engenheiros Especializados S/A , o número "9" a representação de sua tonelagem e Cascavel, por ser o nome de uma cobra venenosa brasileira), começaria a despertar o interesse do mercado internacional de defesa. Além de lograr êxito em um vultoso contrato com o Exército Brasileiro, o EE-9 Cascavel receberia seu primeiro grande contrato de exportação em 1976, com uma encomenda de duzentas unidades sendo celebrada junto ao governo Líbio, com este demando por exigência contratual, a adoção de um canhão de 90 mm. Esta demanda seria atendida com a importação de torres canhões de origem francesa, com este modelo recebendo a designação de EE-9 Cascavel MKII. O próximo contrato seria celebrado com o Exército Chileno, englobando cento e seis carros, a este seguiria mais uma encomenda agora para a Líbia, com estes blindados sendo agora equipados com uma torre nacional e canhões belgas Cockerill de 90mm, recebendo a denominação de Cascavel MKIII.
O batismo de fogo do Engesa EE-9 Cascavel ocorreria em 1977, quando uma divisão blindada o Exército Nacional Líbio, confrontou as forças do Exército Egípcio, com o blindado nacional, conquistando um papel decisivo nesta batalha, principalmente pela sua mobilidade e velocidade no campo de batalha, conseguindo chegar à linha de frente, na metade do tempo gasto pelos carros de combate russos T-62. Este êxito em combate, proporcionaria uma fundamental ferramenta de propaganda internacional do produto brasileiro, culminado em novos contratos de exportação ao longo dos anos seguintes, passando a equipar as forças armadas do Iraque, Burma, Colômbia, Chipre, Congo, Equador, Gabão, Gana, Ira, Nigéria, Paraguai, Catar, Togo, Uruguai, Zimbabwe, Tunísia, Suriname e Burkina Faso. Este veículo blindando sobre rodas seria o maior sucesso comercial da Engesa S/A, sendo produzidos ao todo 1.738 unidades entre os anos de 1974 e 1993, dispostas em quatro versões, que apresentavam um custo inicial de US$ 250.000,00. As excepcionais qualidades operacionais e robustez do projeto garantiram longa vida a família EE-9 Cascavel, com muitos carros se mantendo em serviço ativo em diversos países até os dias atuais.

Emprego no Exército Brasileiro.
A conclusão dos testes de campo com os oito carros pré-série em 1976, levariam a formatação da configuração final, que seria destinada a produção em série, com esta designada pelo fabricante como EE-9 Cascavel M1. O primeiro contrato firmado com Governo Brasileiro, previa a aquisição de 110 carros (incluindo os oito veículos pré-série). Ao iniciar o serviço operacional, este carro blindado receberia o apelido de  "Cascavel Magro", com este sendo influenciado pela arma de 37 mm, os carros entregues apresentavam diversos modelos de torres, englobando modelos experimentais projetadas pelo corpo técnico do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar (PqRMM/2) e produzidas pela Bernardini S/A, modelos semelhantes as torres do Ford M-8 Greyhound e por fim torres modificadas dos carros de combate leves M-3 Stuart (produzidas em maior número). Em termos de motorização, estes carros estavam equipados o motor a diesel Mercedes Benz OM-352A de seis cilindros em linha que lhe proporcionavam 174 hp de potência, que operava em conjunto com um câmbio mecânico produzido nacional pela Clark Equipamentos S/A. Curiosamente ao contrário de veículos semelhantes o Cascavel seria equipado com um sistema de freios a tambor, deficiência essa que seria somente resolvida a partir da versão M-6 em 1983. O sistema de blindagem apresentava um sistema de chapas de aço do tipo ABNT 1045 temperado, com sua proteção frontal e torre com 16 mm de espessura e lateral de 8,5 mm, proporcionando uma proteção satisfatória contra armas de infantaria de baixo calibre, sendo esta blindagem aceitável para as ameaças existentes da época. O modelo estava ainda equipado com pneus a prova de bala fabricados pela empresa Novatração Artefatos de Borracha Ltda. 

Os primeiros veículos de série seriam entregues ao Exército Brasileiro em meados do ano de 1974, recebendo a designação de "Carro de Reconhecimento Médio 6X6" (CRM). Já de posse dos primeiros carros operacionais, definira-se como próxima fase, a implementação do novo veículo blindado sobre rodas com tração 6X6 no Exército Brasileiro. Assim, caberia a Diretoria de Motomecanização (DMM), a criação dos manuais de treinamento e operação, visando planejar o cronograma de implementação do Engesa EE-9 Cascavel na Força Terrestre. Esta fase seria fundamental para o melhor aproveitando do grande potencial deste novo carro blindado. Após finalizado este processo, seria iniciada a primeira distribuição destes veículos para os   Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RCC) e Esquadrões de Cavalaria Blindada (EsqdCMec), onde passariam a operar em conjunto com os derradeiros Ford M-8 Greyhound ainda em serviço. Comparativamente o novo veículo era imensamente superior aos antigos carros norte-americanos, nao só em termos de velocidade (máxima de 100 km/h), mas também de autonomia (aproximadamente 750 km) e mobilidade no campo de batalha moderno. Podemos então considerar que a introdução do Engesa EE-9 Cascavel M1 e M2, promoveu na força blindada brasileira um grande salto quantitativo e qualitativo, pois trouxe uma disponibilidade operacional que não era experimentada há anos, tendo em vista que restavam neste momento poucos Ford M-8 Greyhound modernizados em serviço. Desta maneira se formaria uma nova doutrina operacional na Cavalaria Blindada no Exército Brasileiro. 
A aceitação do blindado no Exército Brasileiro, motivaria a diretoria da Engesa S/A em 1973, a estudar a possibilidade de exportação do blindado, com diversos clientes potenciais sendo prospectados, entre estes o Exército Português, que na época estava envolvido com a Guerra do Ultramar, travada em Angola, Moçambique e Guiné Bissau. O Engesa EE-19 seria bem recebido, mas era notória a necessidade em se contar com um maior poder de fogo, pois o canhão de 37 mm já não era mais eficaz contra as ameaças existentes naquele período. O atendimento desta demanda seria sugerido com a adoção de uma torre e um canhão francês de 90 mm. No entanto as dimensões do carro não eram compatíveis com o novo armamento, levando a necessidade de alteração da carcaça original, nascendo assim a versão de exportação denominada como Engesa EE-9 Cascavel MKII. No início de 1974, os primeiros blindados desta nova versão foram enviados a Portugal para testes, porém mudanças políticas alterariam o curso daquele conflito, levando o governo português a suspender este programa de aquisição. Neste contexto. a empresa reorientaria seus esforços para um novo plano de prospecção internacional, com o modelo portando um canhão de 90 mm baixa-pressão (o mesmo empregado no blindado francês sobre rodas Panhard AML), passando ainda por um refinamento ao receber uma nova transmissão automática. O principal foco deste esforço seria o mercado do Oriente Médio, com a primeira venda sendo concretizada através de contrato para o fornecimento de vinte blindados para o Catar. A esta conquista se seguiram outras com o modelo logrando ao longo de sua história mais de US$ 800 milhões de dólares em contratos.

Estes contratos de exportação promoveriam grandes refinamentos no projeto original, culminando em um carro equipado com o eficiente canhão belga Cockerill de 90 mm, que passaria a ser montado no Brasil com a designação local de EC-90. Neste momento o comando do Exército Brasileiro acompanhava atentamente a evolução do modelo de exportação, verificando as vantagens operacionais proporcionadas pela introdução de um canhão de maior calibre. Esta observação motivaria o início de estudos visando a possível atualização de sua frota de cem carros Engesa EE-9 Cascavel M1 e M2, que se encontravam em serviço. Este programa apresentava como premissa básica a adoção de um canhão de 90 mm, em substituição a já ineficiente arma de 37 mm, que comprovadamente já não apresentava eficácia frente as possíveis ameaças que o país poderia enfrentar naquele período. As analises se inclinariam principalmente para a relação custo-benefício, apontando para a adoção da versão nacional do canhão Cockerill de 90 mm (EC-90).  Pesaria nesta escolha também o desejo do Ministério do Exército, em gradualmente reduzir a dependência externa em termos de componentes vitais importados. Assim desta maneira a Engesa S/A negociariam um amplo pacote de produção sob licença do armamento belga, incluindo treinamentos e ferramental adequado para nacionalização. A exemplo do versões de exportação, a adoção do novo canhão de 90 mm, implicaria também na substituição da torre original. Inicialmente pensou-se em adotar a mesma torre usada nos carros configurados para o contrato líbio, opção rapidamente descartada em detrimento da adoção de uma torre de fabricação nacional.
Desta maneira no final do ano de 1977, seria celebrado um contrato entre o Ministério do Exército e a Engesa S/A, visando a modernização de uma grande parte da frota atual destes carros blindados. Assim no início do ano seguinte, oito carros da versão EE-9 Cascavel M2 pertencentes a dois Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RC Mec), foram encaminhados as instalações da empresa na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, a fim de servirem de protótipos funcionais para o programa de modernização. Além da alteração da arma principal, o modelo receberia a nova torre nacional, nascendo assim a nova versão designada como EE-9 Cascavel M2 Série 3, sendo contemplados neste processo cinquenta e cinco carros da frota original. Entre os anos de 1978 e 1980 seriam recebidos mais sessenta carros agora novos de fábrica, que receberiam a designação de EE-9 Cascavel M2 Série 5. Ao longo da década de 1980, mais carros seriam recebidos, sendo dispostos nas versões EE-9 Cascavel M6 Séries ¨3¨, ¨4¨ e ¨5¨ e EE-9 Cascavel M7 Séries ¨8¨ e ¨9¨, relegando assim os carros das primeiras versões a tarefas de treinamento, com os últimos veículos sendo retirados do serviço ativo em meados da década de 1990.

Em Escala:
Para representarmos o Engesa Cascavel EE-9 M2 "EB 10-128", fizemos uso de um modelo em resina de fabricação artesanal na escala 1/35. Como este modelo originalmente representa a versão Engesa Cascavel EE-9 M3, implementamos uma conversão em scracth build, envolvendo a alteração da disposição dos faróis e luzes de sinalização dianteiras, escotilhas frontais, desenho lateral do casco e inclusão de nova torre para o canhão de 37 mm. Empregamos ainda peças oriundas do kit do carro blindado leve M-3A1 Stuart produzido pela Academy (estrutura parcial da torre) e componentes em resina e plasticard. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals & Books presentes no Set Exército Brasileiro - FEB 1941 - 1945.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura e marcações nacionais adotado pelo Exército Brasileiro a partir do término da Segunda Guerra Mundial, sendo mantido nos Engesa EE-9 Cascavel até o ano de 1982, quando um novo esquema de camuflagem táticas em dois tons foi implementado.

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Bibliografia: 

- Blindados no Brasil - Um Longo e Árduo Aprendizado - Volume I , por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Blindados no Brasil - Um Longo e Árduo Aprendizado - Volume II, por Expedito Carlos Stephani Bastos
- EE-9 Cascavel Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/EE-9_Cascavel

Consolidated PBY-5 Catalina Aerobote

História e Desenvolvimento. 
A Consolidated Aircraft Corporation seria fundada em 1923 pelo empresário Reuben H. Fleet em Buffalo, no estado de Nova York, a empresa surgiria da liquidação da massa falida da empresa Gallaudet Aircraft Companye, em conjunto com uma ação de compra de projetos aeronáuticos da Companhia Dayton-Wright, sendo está uma antiga subsidiária da General Motors, que estava sendo encerrada devido a um processo de reorganização da gigante do setor automotivo norte americano. Seu primeiro projeto militar a lograr êxito de comercialização o treinador primário biplano PT-1 Trusty, passaria a equipar a Aviação Naval da Marinha Americana (US Navy). Os recursos obtidos nesta negociação possibilitariam a empresa a ampliar seus investimentos em estrutura, pesquisa e desenvolvimento, levando a companhia em setembro de 1935 a inaugurar uma moderna e ampla fábrica na cidade de San Diego no estado da Califórnia. Neste mesmo período, o governo norte-americano avaliou, considerar como inevitável, a curto e médio prazo, um conflito no Oceano Pacífico contra as forças armadas do Império do Japão. Neste hipotético front de batalha aeronaval, seria necessário o emprego de uma nova geração de aviões de patrulha e bombardeio com grande alcance operacional. Esta necessidade se daria devido à baixa disponibilidade de aeródromos preparados para aeronaves de grande porte em suas bases militares nas ilhas do sudeste asiático, onde invariavelmente seriam os grandes palcos das hipotéticas batalhas. Assim desta forma, estudos determinavam a necessidade de se contar com uma nova aeronave do tipo anfíbio ou aerobote, estimava-se que este novo vetor deveria apresentar a configuração bimotora de porte médio, com um desejável alcance de  4.800 km, velocidade de cruzeiro de 260 km/h e um peso máximo de 11.340kg.  Além da função de patrulha, esta nova aeronave deveria ser configurada também para atendimento as missões de guerra antissubmarino e bombardeio naval.

O objetivo principal do desenvolvimento e incorporação desta nova aeronave, era o de substituir a curtíssimo prazo o binômio dos já  obsoletos hidroaviões biplanos Consolidated P2Y e Martin P3M, encarregados destas tarefas. Assim no início de 1935 uma concorrência seria lançada pelo comando da Marinha Americana (US Navy) para o este novo modelo, várias empresas apresentariam propostas. Porém uma análise criteriosa elegeria dois prováveis finalistas, envolvendo os projetos das empresas Douglas Aircraft Company, com seu modelo Douglas XP3D e a Consolidated Aircraft Co. com o  XP3Y-1. Apesar de avaliações de ordem técnica, o critério de custo-benefício apresentaria um fator decisivo na escolha da nova aeronave, muito em função enorme demanda de aquisição. Assim desta maneira o projeto apresentando pela Consolidated Aircraft Co., acabou sendo declarado vencedor deste programa, principalmente pelo projeto primar pela simplicidade e baixo custo de operação e aquisição. Esta aeronave designada pelo fabricante como Modelo 28 fora projetada anteriormente pela equipe do engenheiro Isaac M. Landdon em 1933, e apresentava a configuração bimotora com dois motores Pratt & Whitney R-1830 – R-1854 Wasp de 825 hp de potência, com asas na disposição em para sol, quatro montantes de fixação de flutuadores retráteis nas pontas das asas que permitiam melhor controle da aeronave na água e menor arrasto aerodinâmico quando em voo. O primeiro protótipo designado XBP-3Y1 (X de experimental, BP de bombardeio patrulha e Y de código do fabricante), fez seu primeiro voo em 28 de março de 1935. Submetido a uma série de ensaios o modelo foi homologado pela Aviação Naval da Marinha Americana (US Navy), apresentando como principal aprimoramento a introdução de um motor mais robusto, agora com 900 hp de potência, e pequenas modificações aerodinâmicas que facilitariam a decolagem.
A primeira aeronave do lote de pré-produção PBY-1 (Modelo 28-1), alçaria voo em 19 de maio de 1936, durante o qual foi alcançado um voo de distância sem escalas recorde de 3.443 milhas, ou 5.541 km. Neste interim mais aeronaves seriam entregues ao esquadrão de patrulha VP-11F em outubro de 1936, logo no ano seguinte seria a vez do esquadrão VP-12 (os famosos Black Cats) ser equipado com aeronaves desta modelo, sendo estas células constantes dos primeiros contratos de aquisição de sessenta aeronaves. Em maio de 1937 seria iniciado o desenvolvimento de uma nova versão, que apresentava um leque pequenos de melhorias, recebendo a designação de PBY-2 (Modelo 28-2) e um contrato para produção de cinquenta aeronaves. Apesar de relativos avanços, observa-se a necessidade de maior potência na aeronave, surgindo assim a versão PBY-3 (Modelo 28-3), que passava a ser equipada com dois motores radiais Pratt & Whitney R-1830-66 de 1.000 hp, com sessenta e seis aeronaves encomendadas. A esta se seguiria o novo PBY-4 (Modelo 28-4) com trinta e três células produzidas e equipadas com os motores Pratt & Whitney R-1830-72 de 1.050 hp de potência. O conhecimento obtido no desenvolvimento e operação destas versões, levaria em fins do ano de 1939, a  Consolidated Aircraft Co. a propor a construção de uma variante aprimorada que além de contar com os novos motores Pratt & Whitney R-1830-82 ou R-1830-92 de 1.200 hp, passava a ser equipada com melhor armamento defensivo, hélices hidráulicas, bolhas de observação lateral e maior provisão de combustível em tanques com proteção parcial  do tipo auto vedante. Esta nova aeronave agora designada pelo fabricante como PBY-5 (Modelo 28-5), receberia o primeiro contrato de produção para cento e sessenta e sete aeronaves em fins do ano de 1939, com as primeiras aeronaves sendo declaradas operacionais nos esquadrões de patrulha da Marinha Americana (US Navy) no início do ano seguinte.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Consolidated PBY-5/A tiveram largo emprego em tarefas de guerra antissubmarino (ASW), bombardeios de patrulha, escolta de comboios, missões de busca e resgate (especialmente resgate aéreo-marítimo) e transporte de cargas. Embora lento e desajeitado o modelo se destacou no esforço aliado, tendo atuado em quase todos os teatros operacionais do conflito, servindo com distinção e desempenhando um papel proeminente e inestimável na guerra contra o Império do Japão. Os Consolidateds PBYs são lembrados também por seu papel de resgate, no qual salvaram a vida de milhares de tripulantes derrubados sobre a água. Curiosamente os aviadores alteravam seu código de chamada de rádio conforme a missão, sendo denominados como “Gato" em missões de combate e "Dumbo" no serviço de resgate aéreo. O primeiro grande cliente de exportação seria o Comando Costeiro da Real Força Aérea (Royal Air Force), e neste momento seria cunhado seu nome de batismo como "Catalina “em homenagem à Ilha de Santa Catalina na Califórnia. Cabe ao modelo ainda ser responsável pela primeira operação ofensiva contra os japoneses, quando em 27 de dezembro de 1941, seis Consolidated PBY-5/A do Esquadrão de Patrulha 101 bombardearam o transporte japonês na Ilha Jolo, atuando contra a forte oposição de caças inimigos. Durante a Guerra do Atlântico, os Consolidated PBY-5/A da Marinha Americana (US Navy) e do Comando Costeiro da Real Força Aérea (Royal Air Force) foram fundamentais na cobertura área dos comboios marítimos entre os dois países, sendo responsáveis pelo afundamento de um grande número de submarinos alemães e italianos. Durante todo o conflito além dos Estados Unidos e Grã Bretanha, a aeronave seria empregada em combate real pelas forças armadas da Austrália, Brasil, Canadá e União Soviética.
Ao todo seriam produzidas pelas instalações da Consolidated Aircraft Co., seiscentas e oitenta e quatro células da versão PBY-5. A necessidade de se operar a partir de pistas de pouso faria surgir o PBY-5A (Modelo 28-5A), uma versão anfíbia do PBY-5, dispondo de trem de pouso era triciclo com acionamento hidráulico com as rodas principais recolhendo para a lateral da fuselagem através de um sistema de engrenagens. Esta foi a primeira versão que podia ser dotada com um radar de busca marítima instalado em um radome acima da cabine, ao todo seriam construídas oitocentas e três aeronaves. A última variante desenvolvida seria o PBY-6A que apresentava um novo redesenho de cauda, os pedidos iniciais apontavam novecentas unidades, porém o término da Segunda Guerra Mundial levou ao cancelamento deste contrato, sendo entregues apenas cento e setenta e cinco aeronaves. Além da Consolidated Aircraft Co., que possuía linhas de montagem em San Diego (CA), New Orleans (LA) e Buffalo (NY), o Catalina também seria fabricado sob licença no Canada, pelas empresas Boeing Aircrat Company e Canadian Vickers, houve também aeronaves construídas na União Soviética, sendo estes aerobotes denominados localmente como GST - MP-7 e os anfíbios designados como KM-1 e KM-2. Foram produzidas duas mil e trezentas células das diversas variantes pela Consolidated, setecentas e trinta e uma aeronaves fabricadas no Canada (onde receberam o nome de Canso), cento e cinquenta e cinco pela Naval Aircraft Factory e cerca de setecentos e setenta aparelhos produzidos na União Soviética, perfazendo um total de 4.051 unidades entregues no período de dez anos ininterruptos, fazendo do Catalina nas versões   aerobote e  anfíbio o modelo mais construído em todo o mundo.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas de primeira importância para o esforço de guerra aliado, quanto no estabelecimento de pontos estratégicos para montagem bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava pois esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre o continente americano e africano, assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica. Estas agressões culminariam na declaração formal de guerra aos países agressores em 22 de agosto de 1942, acelerando assim a adesão do Brasil ao programa de Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), os termos garantidos por este acordo viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de cem milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Este programa seria de vital importância para adequar em termos de aeronaves e doutrina operacional a recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB), que até então herdara da Aviação Militar do Exército Brasileiro e da Aviação Naval da Marinha do Brasil, aeronaves obsoletas e não adequadas para principalmente para se fazer frente a ameaça dos submarinos italianos e alemães. Nesta primeira fase caberia as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) apenas a realização de voo de presença ao longo do litoral, muitas em vezes em monomotores North American AT-6B e Vought V-65B Corsair.
 
Durante o ano de 1942, em meio a incentivos econômicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira, passando assim a Marinha Americana (US Navy) a operar esquadrões de patrulha e guerra antissubmarino a partir de bases. A partir deste momento, as tripulações da oficiais da Força Aérea Brasileira, começaram a acompanhar as missões americanas conquistando ao pouco a instrução e qualificação necessária, complementada com um vasto programa de treinamento. No fim de 1942 foi determinado que a Força Aérea Brasileira deveria começar a assumir uma parcela das atividades de patrulhamento e guerra antissubmarino em seu mar territorial, para isto dentro dos termos do acordo Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), foram transferidas sete aeronaves PBY-5 Catalina que estavam em operação no Esquadrão de Patrulha VP-94 da Marinha Americana (US Navy). Neste momento os grupos de patrulha das duas nações passaram a ser concentradas na Base Aérea do Galeão, na cidade do Rio de Janeiro, onde no início do ano de 1943 foi criada a USBATU (United States Brazilian Training Unit), unidade dedicada ao treinamento das tripulações brasileiras em doutrinas e técnicas de guerra antissubmarino, anti superfície e patrulha. Após a conclusão deste programa de formação, três aeronaves PBY-5 Catalina foram distribuídas para o 7º Regimento Aviação na Base Aérea de Belém, três permaneceram no Rio de Janeiro na Unidade Volante do Galeão e a sétima foi envida para o 14º Corpo da Base Aérea de Florianópolis em Santa Catarina, onde passaram a iniciar as missões de patrulha, inicialmente com tripulações mistas de oficiais dos dois países para adaptação e posteriormente somente por brasileiros.  O primeiro ataque efetuado por uma tripulação brasileira a um submarino alemão foi no dia 22 de maio de 1942. Um B-25 Mitchell, do Agrupamento de Aviões de Adaptação, sediado em Fortaleza, encontrava-se em patrulha nas imediações do arquipélago de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas, onde quatro dias antes havia sido afundado o navio mercante brasileiro “Comandante Lyra”, pelo submarino italiano “Barbarigo”. Às 14 horas, a tripulação do B-25 – sob o comando do Cap.-Av. Parreiras Horta (FAB) e composta pelos Cap.-Av. Pamplona (FAB), 1st Lt. Schwane (USAAF), Sgt. Yates (USAAF), S/Sgt. Tyler (USAAF) e S/Sgt. Robinson (USAAF) – surpreendeu um submarino alemão navegando na superfície, o qual imediatamente reagiu com forte tiro de artilharia antiaérea à presença do B-25. De acordo com as ordens então em vigência, uma vez que o Brasil se encontrava em estado de neutralidade, as tripulações só poderiam engajar unidades inimigas caso fossem atacadas inicialmente. Assim sendo, a tripulação do Mitchell lançou suas cargas de profundidade, as quais caíram próximas ao submarino.
Já o primeiro registro de um embate com o inimigo, fazendo uso de um PBY-5 Catalina, ocorreu em 31 de julho de 1943, quando o PBY-5 PA-02 comandado pelo oficial Alberto Martins Torres, estava em missão de patrulha na região de Cabo Frio acompanhando à saída do comboio JT-3 com destino aos Estados Unidos, passou a acompanhar o submarino alemão U-199 que havia sido detectado e atacado por uma aeronave PBM-3 Mariner  do esquadrão VP-74 (USN), baseado no Rio de Janeiro da Marinha Americana (US Navy), a embarcação alemã foi danificada no ataque inicial, mas não afundou, e permaneceu atirando com suas peças de artilharia antiaérea no PBM-3C. As defesas brasileiras já então haviam sido alertadas e um Hudson da Força Aérea Brasileira imediatamente levantou vôo do Rio de Janeiro, pilotado pelo Asp.-Av. Sergio Cândido Schnoor. Ele atacou o U-199 com duas cargas de profundidade Mk. 17 as quais caíram perto do submarino; efetuando um segundo ataque, o Asp.-Av. Schnoor metralhou o U-199 com as metralhadoras localizadas no nariz do Hudson, o que incapacitou alguns dos marinheiros alemães que manejavam a artilharia antiaérea do submarino. A aeronave brasileira então deixou então a área e o   PBY-5 Catalina PA-02 também da  Força Aérea Brasileira , o qual estava em patrulha próximo ao local, foi destacado para atacar o U-199, assim eu se deparar com a embarcação inimiga, a aeronave  lançou três cargas de profundidade no alvo, uma quarta carga seria ainda lançada apenas para confirmar o afundamento, pois a tripulação alemã já abandonara o barco. Este seria o primeiro afundamento de um submarino alemão por uma aeronave e tripulação brasileira. Após o ataque a aeronave brasileira, sobrevoou os sobreviventes lançados botes infláveis e viveres, sendo os mesmos resgatados posteriormente por um navio americano. O PBY-5 Catalina PA-02 recebeu o nome de Árara em homenagem a um dos navios brasileiros afundados por submarinos alemães no litoral brasileiro durante o ano de 1942.

Em 30 de outubro de 1943 o PBY-5 PA-01 pilotado pelo Capitão Aviador Dionísio Cerqueira de Tanuy do 1º Grupo de Patrulha baseado no Galeão, identificou e atacou o submarino alemão U-170, infelizmente não conseguiu realizar o afundamento do barco em virtude de graves avarias provocadas pela artilharia antiaérea alemã. Durante o transcurso da guerra inúmeras missões foram realizadas pelos PBY-5 Catalina, registrando novos encontros e combates com submarinos alemães e italianos. Este esforço de guerra seria ampliado em dezembro de 1944 com o recebimento de mais 15 aeronaves agora na versão anfíbia o PBY-5A (Modelo 28-5A) Catalina   que também pertenciam ao esquadrão VP-94 da Marinha Americana (US Navy), o que possibilitou a criação 2º Grupo de Patrulha, de acordo com o Decreto-Lei Ministerial N.º 6.796, de 17 de agosto de 1944. Com a reformulação da sistemática de designação de Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira, adotada a partir de março de 1947, o 2º Grupo de Patrulha foi desativado e todas as suas aeronaves foram transferidos para a Base Aérea de Belém - PA . O 1º Grupo de Patrulha foi transformado no 1º Esquadrão do 2º Grupo de Aviação (1º/2º GAv), de acordo com o Aviso n.º 5, de 1º de abril de 1947. A nova Unidade também recebeu a incumbência de ser a responsável por ministrar a instrução de Aviação de Patrulha na Força Aérea Brasileira, formando, anualmente, os novos pilotos de patrulha da Aeronáutica.
Dentre as sete células do Consolidated PBY-5 Catalina recebidos em 1943, podemos afirmar que havia várias diferenças no que tange não só os esquemas de camuflagem e marcações (padrões norte-americanos), mas também a presença de diversos sistemas de equipamentos de detecção e acompanhamento de submarinos e navios de superfície. Por exemplo as aeronaves PBY-5 Catalina de matricula "FAB  PA-01 e PA-02" não dispunham de suíte eletrônica de  detecção e combate, enquanto as demais células faziam uso de radares de superfície e sistemas diversos. Após o término do conflito os Consolidated PBY-5 Catalina da Força Aérea Brasileira começaram a ser retirados das missões de patrulha e guerra antissubmarino, passando a ser empregados em missões de busca e salvamento e transporte, mas notadamente nas regiões norte e nordeste do país. No final de 1948, o Ministério da Aeronáutica (MAer) adquiriu, no Canadá, seis aeronaves  usadas do modelo PBV-1A "Canso" (variante canadense) , que anteriormente estavam a serviço da Força Aérea Real do Canadá (Royal Canadian Air Force), no intuito de  substituir os aviões perdidos em acidentes  e também  possibilitar a desativação das células remanescentes dos primeiros aerobotes Consolidated PBY-5 Catalina, que apresentavam além de fadiga estrutural uma operação mais complexa do que a variante mais nova do tipo anfíbia. Assim desta maneira seria encerrada a carreira destas primeiras aeronaves na Força Aérea Brasileira, infelizmente nenhuma célula desta versão seria preservada.

Em Escala.
Para representarmos o Consolidated PBY-5 Catalina  FAB PA-02 “Árara” fizemos uso do antigo e excelente kit da Monogram na escala 1/48. Para compormos a versão empregada pela Força Aérea Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, devemos abrir mão do uso das antenas dos sistemas de guerra antissubmarino e exautores do motor. Empregamos decais confeccionados pela FCM Decais presentes no antigo set 48/08.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura das aeronaves de patrulha da Marinha Americana (US Navy) durante a Segunda Guerra Mundial, com a aplicação das marcações da Força Aérea Brasileira nas laterais e asas, lembrando que inicialmente os aviões mantiveram os  cocares norte americanos na parte inferior das asas. Com o final do conflito as aeronaves passaram a ostentar um padrão de pintura em branco e metálico.



Bibliografia :

- O Consolidate PBY5/A Catalina na FAB, por Aparecido Camazano Alamino- Revista Asass Nº45
- História da Força Aérea Brasileira por :  Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Catalinas do Brasil - http://www.catalinasnobrasil.com.br/site/historico/18-os-pby-5a-da-forca-aerea-brasileira.html
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 - 2015  por Jackson Flores Junior